O artigo enfoca o risco e a ocorrência de gravidez não planejada, abortos, conhecimento, acesso e uso da contracepção de emergência entre mulheres com HIV/aids. Utilizou-se abordagem quantitativa observacional realizada através de inquérito domiciliar em Santo André (SP), na qual se constatou que, após a informação sobre a infecção, 62,8% aderiram ao uso do preservativo masculino, 77,2% utilizando-o exclusivamente, 13% associando-o à pílula ou injeções hormonais e 9,8% alternado seu uso com coito interrompido, tabelinha ou duchas vaginais. Falhas mecânicas no uso do preservativo ocorreram com 38% e, somadas às falhas ligadas à alternância com métodos comportamentais, foram responsáveis por 40% dos casos de gravidez não planejada, ocorridas com 24% das entrevistadas, 22% resultando em abortos provocados. A contracepção de emergência era conhecida por 51,4% e apenas 2,7% a utilizaram. Conclui-se que falhas mecânicas ou comportamentais associadas ao uso de preservativo por mulheres com HIV/aids aumentam sua exposição a gestações não planejadas e abortos. É necessário ampliar as opções e fornecimento de métodos anticoncepcionais, incluindo a contracepção de emergência, bem como reorientar constantemente o uso de preservativos entre este público.
This paper focuses both the risk and the occurrence of non-planned pregnancy, abortions, as well as the awareness about and the use of emergency contraception among HIV/aids-infected women. A quantitative observational approach was used after a domiciliary survey in Santo Andre, São Paulo State, Brazil, where it was found that, after receiving the information about the infection, 62.8% adopted the use of male condom, 77.2% using it exclusively, 13% associated with hormone injections, and 9.8% alternated with either interrupted intercourse, fertility schedule or vaginal shower. Mechanical flaws by the use of the preservative occurred to 38%. Added to flaws associated to the alternation with behavioral methods, they caused together 40% of non-planned pregnancy, which occurred to 24% of the interviewed women, 22% resulting in self-provoked abortions. Emergency contraception was known by 51.4%, although only 2.7% had used it. The conclusion is that mechanical or behavioral flaws related to the use of preservative by HIV/aids-infected women increased their exposure to non-planned gestations and abortions. It is needed to amplify both the options and the supply of contraceptive methods, including emergency contraception, with constant re-orientation on the use of preservative among this public.